Tasos Leivaditis nasceu em 1922 em Atenas e aí morreu em 1988. Entrou na poesia e na resistência contra os alemães desde muito novo (Batalha na Extrema da Noite, Esta Estrela É para Todos Nós, os dois primeiros livros de uma obra que contou com mais de duas dezenas de títulos, retraçam precisamente essa experiência), esteve deportado entre 1948 e 1952, foi julgado, em 1955, pelo seu livro Sopra o Vento nas Esquinas do Mundo. Calado mais uma vez pela ditadura dos coronéis (sobreviveu de traduções), veio mais tarde a enveredar por uma poesia agri-doce, de reflexão íntima, mas sempre marcada pela experiência da juventude. O seu livro póstumo Os Manuscritos do Outono espelha essa tendência. Os poemas que agora publicamos são traduzidos por Manuel Resende, a quem agradecemos.
IDEOLOGIA 1
Tinha um braço maneta e para o esconder
Andava sempre com uma bandeira.IDEOLOGIA 2
Foram tantas as cadeiras com que nos tentaram
Por isso agora fico sempre de pé como para cantar a Internacional.ORAÇÃO
Deus, nunca te percebi e, mesmo que te percebesse, não podia com o teu peso.
Deus, com esta realidade tão reles à nossa volta corres grande perigo.
Como posso eu salvar‑te?
E para quando a tradução integral de um livro deste senhor?