Chama-se Anita Moraes, a autora da resenha que alarga o espectro do impacto do livro de Isabela Figueiredo. Publicada em Buala, publicação online dedicada à cultura contemporânea africana, é um momento importante da vasta recepção deste livro, marcante entre todos, sobre o retorno de África (tema que entretanto parece ter sido descoberto pelos especialistas em descobrir a pólvora). Transcrevemos um excerto, com a devida vénia:
A escrita do Caderno, recuperando e expondo uma memória (apagada, silenciada) de brutalidade, instaura um lugar não previsto na ordem colonial, a distância crítica (não é à toa que a autora diz estar traindo o pai com a escrita). Se a faculdade da leitura permitiu à menina cavar uma distância com relação à prisão social em que vivia, contribuindo para que resistisse à posição de vítima e algoz que lhe era imposta, a escrita parece consolidar esse afastamento. Trata-se de elaborar, pela narrativa, uma nova posição diante do passado, consolidando uma perspectiva singular (para além dos discursos prontos dos grupos envolvidos na ordem colonial; para além do silêncio e da vergonha paralisantes).
O texto integral pode ser lido aqui.
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